Cerca de 80 famílias que foram atingidas por incêndio na favela Jardim Edite, na Zona Sul, vão receber ajuda da Prefeitura. O prefeito Gilberto Kassab, acompanhado pelos secretários municipais Floriano Pesaro (Assistência Social), Orlando de Almeida Filho (Habitação) e o subprefeito de Pinheiros, Nilton Nachle, estiveram na manhã desta terça-feira (4) na favela situada na avenida Jornalista Roberto Marinho e acompanharam o trabalho do Corpo de Bombeiros no combate ao fogo.
Kassab anunciou medidas imediatas para amenizar o sofrimento dos moradores, que vão da transferência para abrigos e distribuição de artigos de higiene e alimentação até a concessão de ajuda financeira, o aluguel social. As famílias deverão ser atendidas por programas de moradia da Prefeitura.
“Depois de abrigadas em locais provisórios, as famílias serão inscritas em programas para concessão de aluguel social e encaminhamento para moradias definitivas, que estão sendo construídas pela CDHU e pela Cohab”, afirmou Kassab.
O incêndio na favela Jardim Edite começou por volta das 9h30. Atingiu área de aproximadamente 400 m². Levantamento feito pela Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) registra 644 famílias vivendo no local, em barracos de até três ou quatro pisos sobrepostos. Os barracos ocupam a margem da pista da Roberto Marinho em direção à avenida Luís Carlos Berrini, nos baixos do Complexo Viário Real Parque. As moradias precárias avançam por vielas internas. Não houve feridos.
Para socorrer as vítimas, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads) distribuiu colchões, camas de campana, cobertores, cestas básicas, marmitex e kits de higiene (toalha, sabonete, creme e escova dental). Elas ficarão alojadas no Espaço Cancioneiro (abrigo de alvenaria, dotado de banheiros, construído nos baixos da alça de acesso do viaduto da avenida Bandeirantes), localizado a cerca de 500 metros do local.
De acordo com o secretário Floriano Pesaro, as famílias ficarão alojadas pelo tempo necessário, estimado em cerca de seis meses, para que possam ser realocadas a novas moradias. “A gente espera que eles aceitem essa alternativa, porque da forma como eles moram, do ponto de vista social, é uma verdadeira tragédia”, lamentou Pesaro. O secretário destacou que nessas situações muitas famílias preferem buscar abrigo junto a familiares ou amigos, mas a Prefeitura oferece a todos a possibilidade de moradia com condições mínimas de proteção, higiene e alimentação.
Numa segunda fase, as famílias serão cadastradas e passarão a receber auxílio financeiro no valor de R$ 300 mensais por período de seis meses, como aluguel social. Com essa ajuda, poderão se alojar em moradias dignas até que sejam inscritas em programas habitacionais.
Segundo o secretário municipal de Habitação, Orlando de Almeida Filho, a Prefeitura vai avaliar outras moradias que não foram atingidas diretamente pelo fogo mas podem ter sido afetadas pela força da água utilizada para conter as chamas. O secretário destacou que a administração municipal vai buscar apoio do Governo do Estado e da Secretaria Estadual de Habitação para encontrar solução definitiva e remover as famílias que ocupam o Jardim Edite. “O prefeito Kassab determinou que fizéssemos estudos para firmar convênios com os Governos Federal e do Estado para a remoção dessa favela, de forma cuidadosa e com cautela, para que as famílias possam se organizar”, explicou Almeida Filho.
Em trabalho conjunto entre a Subprefeitura de Pinheiros, Smads e Sehab, assistentes sociais vão cadastrar as famílias atingidas pelo incêndio. Em abril de 2005 houve outro incêndio na favela. Deixou 90 famílias desabrigadas. Naquela ocasião, o fogo foi causado por ligação de luz clandestina.