O buraco da camada de ozônio sobre a Antártida deste ano é o maior de todos os tempos, tanto em área quanto em profundidade, afirmam cientistas dos Estados Unidos. O chamado “buraco” é uma região na qual há uma grave redução da camada de ozônio – uma forma de oxigênio – que, na alta atmosfera, protege a Terra dos raios ultravioleta do Sol. Em excesso, a radiação ultravioleta pode danificar tecidos vivos, e causar câncer de pele em seres humanos.
Cientistas afirmam que gases produzidos pela atividade industrial humana, como os clorofluorcarbonos, danificam a camada, provocando o buraco. Por esse motivo, diversos produtos, como alguns gases usados como propelentes em latas de spray, foram proibidos nos últimos anos.
“Entre 21 e 30 de setembro, a área média do buraco do ozônio foi a maior já observada, com 27,4 milhões de quilômetros quadrados”, disse paul Newman, cientista do Centro de Vôo Espacial Goddard, da Nasa.
Além disso, medições de satélite detectaram uma leitura de 85 Unidades Dobson de ozônio em 8 de outubro. As Unidades Dobson dependem do número de moléculas de ozônio sobre um determinado ponto do solo, e medem a espessura da camada. Considera-se que há um buraco de ozônio se a leitura sobre uma área cair a menos de 220 unidades. Em uma camada crítica de ar, entre 13 km e 21 km de altitude, a medição em outubro foi de 1,2 unidade.
“Esses números significam que o ozônio virtualmente acabou nesta camada da atmosfera”, disse David Hofmann, da Administração Nacional de Atmosfera e Oceano (NOAA). “A camada esvaziada tem uma extensão vertical incomum neste ano, então aprece que o buraco de ozônio de 2006 será um recordista”.
O tamanho e a espessura do buraco na camada de ozônio varia de ano para ano, aumentando conforme as temperaturas caem. Por conta de acordos internacionais que proíbem as substâncias nocivas ao ozônio, pesquisadores estimam que a concentração desses gases prejudiciais na atmosfera está caindo. Mas muitos têm uma longa vida no ar.
Cientistas esperam uma recuperação lenta da camada, até 2065.
Fonte: Estadão